Need help? Sociologie des relations internationales. Marcel Merle. Donate this book to the Internet Archive library. If you own this book, you can mail it to our address below. Not in Library. Want to Read. Buy this book Better World Books When you buy books using these links the Internet Archive may earn a small commission.
Share this book Facebook. Last edited by WorkBot. December 15, History. An edition of Sociologie des relations internationales This edition was published in by Dalloz in Paris. Written in English — pages. Subjects International relations , Relations internationales. Sociologie des relations internationales , Dalloz.
Libraries near you: WorldCat. Sociologie des relations internationales , s. Guillaume Devin propoe uma abordagem sociologica das relacoes internacionais. Isto implica analisar as continuidades e descontinuidades dos modos de acao, os constrangimentos e as dinamicas que os atores criam, e nas quais eles estao, voluntaria ou involuntariamente inseridos.
A sociologia das relacoes internacionais busca interpretar os fatos internacionais como fatos sociais, tanto no nfvel micro dos atores, quanto no nfvel macro dos agrupamentos que eles compoem. Para tal, o analista deve adotar uma postura de distanciamento do objeto, mas sem cair nas facilidades do pseudo-realismo, ou seja, deve analisar os fatos sociais internacionais como coisas.
P a g i n a 3 Primeira Parte Variaveis e Questoes Devin inicia sua obra argumentando que, assim como as relacoes sociais, as relacoes internacionais podem se dar sobre dois tipos de relacoes: 1 as relacoes de interacao e 2 as relacoes de interdependencia. Segundo o autor, as relacoes de interacao sao aquelas em que a modificacao do com portamento de urn ator implica uma alteracao no conjunto das relacoes com os demais atores.
Torna-se uma relacao competitiva. Ja as relacoes de interdependencia possuem urn carater de acumulacao, de agregacao, ou seja, os atores operam as coisas que individualmente sao marginais, mas que, acumuladas, podem modificar o conjunto das relacoes. Aplicadas a urn determinado espaco no mundo, o conjunto destas relacoes, sejam elas de interacao ou interdependencia, e que permite pensar o international como sistema.
Urn risco existente em pensar o international enquanto sistema e a analogia implfcita com os sistemas nacionais que mascaram a imperfeicao essencial e a especificidade maior do sistema internacional, a de ser un corps sans tete Merle Apesar de bastante utilizada, a nocao de sistema internacional nao possui uma definicao muito clara, por isso e necessario entende-la como uma forma de representar as relacoes entre certo numero de atores para alem de suas fronteiras nacionais visando urn resultado em urn dado momento.
Com o crescimento das organizacoes internacionais e dos fenomenos transnacionais, juntando-se a uma visao menos ratificadora do Estado acabaram por gerar abordagens concorrentes as teses que consideravam o mesmo como unico ator relevante do sistema internacional. P a g i n a 4 Dos anos trinta aos anos sessenta a Escola realista americana, sob influencia de seus principals representantes e dos acontecimentos da epoca, notadamente o estabelecimento da Sociedade das Nacoes, passou a analisar a polftica internacional de modo mais heterogeneo.
Somente apos a Segunda Grande Guerra que a Escola realista passa a adquirir um carater mais homogeneo, sendo influenciada tambem por outros autores como Max Weber, Maquiavel e Hobbes, alem de privilegiar questoes-chave comuns em suas analises como: o Estado, o poder, o interesse nacional, etc.
Para o autor, os realistas consideram mais as relacoes interestatais que as relacoes internacionais. Essa concepcao e resultante do lugar privilegiado, senao exclusivo, do Estado nas relacoes internacionais.
A questao do equilfbrio de poderes entre os Estados ou qualquer outra unidade politico e o centro das analises realistas. E desta relacao de forcas que surge o estopim do conflito, mas tambem, segundo os realistas, se impoem as condicoes da paz.
Devin afirma que Aron propoe analisar a historia das relacoes internacionais atraves de dois modelos ideais-tipicos. O primeiro, multipolar, e composto de diversas unidades politicas comparaveis em seu tamanho, seu poder economico e militar. No segundo, bipolar, a reparticao de forcas se apresenta sob a forma de duas coalizoes antagonicas nas quais se ajuntam a maior parte das unidades politicas, elas mesmas organizadas ao redor de dois atores polfticos principals.
Mesmo com isso, o citado autor insiste em ver no sistema interestatal um aspecto particular, que seria a essencia das relacoes internacionais. P a g i n a 5 Neste mesmo sentido, Marcel Merle argumenta que o privilegio acordado ao ator estatal e justificado por uma consideracao metodologica que permite a inteligibilidade da analise. Para Devin esta justificativa seria tautologica, ja que o Estado nao e um ente homogeneo como consideram os realistas, e sem um estudo empfrico preciso nao pode ser considerado a priori como o ator mais relevante do enjeu internationale subestimando os demais atores nao-estatais.
Segundo Devin, mesmo quando abandonam a referenda a historia para basear seus modelos, os autores realistas persistem em definir as configuracoes essenciais do internacional atraves do sistema interestatal. Essa perspectiva sistemica debruca-se sobre uma tipologia de sistema internacional fundado sobre uma escala de integracao crescente dos atores, ou seja, este estudo consiste, sobretudo, em identificar, para cada sistema, as regras essenciais que descrevem as relacoes gerais entre os autores.
Esta abordagem realista tende a relativizar a autonomia dos decideurs nacionais em funcao dos constrangimentos sistemicos aos quais estao submetidos. Nos anos , Kenneth Waltz constroi uma abordagem realista mais ampliada. Ele distingue, entre uma grande variedade de autores e pontos de vista, tres imagens que sao consideradas como todas as causas fundamentals da guerra: 1 a natureza humana, 2 a estrutura interna dos Estados e 3 o sistema internacional de Estados.
Ele considera que estas tres imagens sao componentes da construcao do poder, mas somente a terceira ele atribui a capacidade de prever o resultado das relacoes interestatais. O autor argumenta que o debate em torno do que deve primar, se sao as estruturas internas ou externas, na explicacao da polftica exterior dos Estados nao se restringe somente ao piano teorico.
Ele e o centro da analise dos determinantes da paz e da P a g i n a 6 guerra entre os Estados. Para os realistas a resposta da questao Quern determina o que? Para Devin, apesar de ser classificado como um autor realista, Raymond Aron diferencia-se dos demais autores realistas por fornecer uma abordagem pluralista dos fatores determinantes da conducao diplomatica e estrategica dos Estados. Aron propoe uma distincao fundamental entre sistemas homogeneos e sistemas heterogeneos.
Nos primeiros os Estados partilham a mesma concepcao de polftica, os mesmos princfpios de legitimidade, as mesmas regras do jogo. Nos seguintes os Estados estao organizados segundo princfpios distintos, compartilhando valores contraditorios, antagonicos. Apesar desta distincao o proprio Aron considera muito diffcil encontrar na historia uma situacao puramente homogenea ou heterogenea.
O autor afirma que, a introducao desta tipologia e sua intersecao com as tipologias mais classicas multipolar, bipolar apresenta as vantagens de mesclar as variaveis internas e externas na analise dos comportamentos internacionais.
O que determina a enfase em uma das duas variaveis, a interna e a externa, e a especificidade do objeto estudado. Na perspectiva realista, onde os Estados sao os principals atores do cenario internacional, a questao dos efeitos mais ou menos pacfficos, ou mais ou menos belicosos do regime em vigor e inevitavel.
Segundo Devin I'idee est ainsi ancienne que les vertus du dedans servent utilement la paix du dehors. O autor conclui que, focalizando somente o Estado, a abordagem realista delimita demasiadamente a categoria dos atores no cenario internacional, ela negligencia a propria especificidade do Estado enquanto ente altamente fragmentado internamente. A exploracao do regime, das instituicoes e dos processos decisorios que permitem uma desconstrucao das unidades poh'ticas e a possibilidade de uma investigacao mais ampliada da nocao de ator.
P a g i n a 7 Segundo Devin, esquematicamente tres series de fatores contribmram para uma renovacao na percepcao nos modos de analise dos atores do cenario internacional a partir de finais da decada de sessenta: 1 As repercussdes da guerra do Vietna; 2 Influencia do behaviorismo e do empirismo nos estudos de Relagdes Internacionais; e 3 A complexificagao do cenario internacional.
O conjunto de consequencias advindas destes fenomenos deu base para o surgimento de novas abordagens sobre as relacoes internacionais, dentre elas as perspectivas neo- realistas e transnacionais. Devin tece uma critica aos neo-realistas, pois o mesmo considera que na distincao entre sistema internacional e estrutura internacional os neo-realistas nao propoem uma nova perspectiva teorica, mas sim, reformulam de modo mais sistematico os principais aspectos do realismo.
Dessa maneira o neo-realismo conduz a urn reforco do determinismo estrutural na interpretacao dos fenomenos internacionais. A perspectiva sociologica permite analisar o poder como uma relacao que considera suas caractensticas contingentes e variaveis.
O poder seria a capacidade de urn ator conduzir outros atores a fazerem o que em outras circunstancias eles nao fariam.
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